Padre Walenty Nowacki - A Força da Fé e a Luta pela Pátria
Padre Walenty Nowacki - A Força da Fé e a Luta pela Pátria
No coração da história da imigração polonesa no Brasil, algumas figuras se destacam pela sua devoção e dedicação, tanto à pátria de origem quanto à comunidade de fé que ajudaram a edificar. Uma dessas figuras notáveis é o Padre Walenty Nowacki, cuja vida é um testemunho de serviço, coragem e profunda espiritualidade, que se entrelaçam com os eventos cruciais do século XX.
Nascido em 2 de fevereiro de 1908, na Polônia, a jornada do jovem Walenty foi marcada por um chamado divino que se manifestou desde sua juventude. Ingressou no Seminário Apostólico da Sociedade de Cristo para a Diáspora Polonesa, em Wadowice, onde se preparou para uma vida de serviço a Deus e à sua comunidade. Sua ordenação sacerdotal, em 28 de abril de 1940, o consagrou para o ministério, mas o destino o colocou em meio a um dos períodos mais sombrios da história mundial. A fé de Padre Walenty seria testada e fortalecida no campo de batalha, onde ele não empunhava armas, mas sim a palavra de Deus e o consolo espiritual.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Padre Walenty Nowacki serviu como capelão da Força Aérea Polonesa na Grã-Bretanha. Sua missão não se limitava a confortar os feridos ou a celebrar missas nos hangares e acampamentos. Ele era um farol de esperança e fé em meio ao caos e ao perigo, acompanhando os pilotos poloneses em sua luta pela liberdade de sua pátria. Como capelão, ele ouvia confissões, celebrava a Eucaristia, realizava batizados e, sobretudo, infundia coragem e esperança nos corações dos soldados. As medalhas e honrarias que recebeu, como a Cruz de Mérito Polonesa e a Ordem do Mérito da República da Polônia, são um reconhecimento de sua bravura e do seu inestimável apoio moral e espiritual. Sua atuação nos mostra que a fé é uma armadura, e o serviço a Deus e aos irmãos é a mais alta forma de heroísmo.
Após a guerra, o Padre Walenty dedicou-se à missão de ajudar os poloneses exilados a encontrar um novo lar e a reconstruir suas vidas. Sua jornada o trouxe para o Brasil, onde chegou em 1951, e ele abraçou esta nova pátria com o mesmo fervor com que serviu a sua terra natal. Seu trabalho pastoral nas comunidades polonesas no Rio de Janeiro e, mais notadamente, em Erechim, foi fundamental para a preservação da fé, dos costumes e das tradições. Ele se tornou um pilar para a diáspora polonesa, oferecendo apoio espiritual e material, construindo igrejas e catequizando gerações inteiras de descendentes.
A vida do Padre Walenty Nowacki é uma inspiração para todos nós. Ele nos ensina que, em qualquer circunstância, a fé deve ser o nosso guia e a nossa força. Sua trajetória é uma prova de que a vocação sacerdotal vai muito além do altar; ela é um chamado para servir, para lutar por aquilo que é justo e para ser um elo entre o céu e a terra, onde quer que a missão nos leve. Seu exemplo de dedicação, coragem e amor ao próximo ressoa ainda hoje, guiando as comunidades que ele ajudou a fortalecer.
Assim como a vida do Padre Walenty representa um elo entre passado e presente, o trabalho de preservação da cultura e da fé polonesa continua vivo através de iniciativas comunitárias, como as realizadas pelo Grupo Folclórico Polonês JUPEM, de Erechim. Em 2025, o grupo celebrou os 150 anos da imigração polonesa no Rio Grande do Sul com o espetáculo “150 primaveras – Uma história que ainda vive em nós” (“150 wiosen – Opowieść, która wciąż w nas żyje”), levando ao palco cenas emocionantes que resgataram a fé, os costumes e a resistência dos imigrantes. O JUPEM tem desempenhado um papel essencial na valorização da identidade polonesa, transmitindo às novas gerações a herança cultural e religiosa que figuras como Padre Walenty ajudaram a semear no Brasil.
Para mais informações sobre a vida do Padre Walenty Nowacki, o texto completo se encontra disponível com a equipe de pesquisa do JUPEM.
Créditos da pesquisa:
Realização: JUPEM – Grupo Folclórico Juventude Polonesa de Erechim.
Pesquisa: Adriel Vanderlei Ferreira – Jornalista MT 0018482/RS, Graduado em Marketing, Pesquisador, Produtor Cultural, Assessor de Comunicação do JUPEM, Assessor da Secretaria de Cultura, Esporte e Economia Criativa de Erechim.
Supervisão: Jeison Luiz Lipaharski, Rosemari Bielski.
Contribuições na pesquisa: Maria Vanda Krepinski Groch; Osvaldo Görski; Agata Grochot; Irmã Luiza Wastowski; Dirceu Beninca; Lista de Krzystek – Força Aérea Polonesa na Grã-Bretanha; Jornal LUD; Livro Duszpasterze Polonii i Polaków za granicą; Acervo do Grupo JUPEM; Arquivo Histórico Juarez Miguel Illa Font.
Apoio: Prefeitura Municipal de Erechim/RS.


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