O Mundo Somos Nós – Uma Reflexão Sobre Nosso Papel na Criação
Carta para nós mesmos
O Papa Francisco nos lembra, em "Laudato Si’", que tudo está interligado. Não somos apenas habitantes do planeta; somos parte dele. Se a criação sofre, é porque esquecemos que fomos chamados a ser guardiões, não destruidores. Esquecemos que respeitar o mundo é respeitar a nós mesmos.
O ser humano é a obra-prima da criação. Somos portadores da inteligência, criatividade, sensibilidade e capacidade de amar. Podemos construir, transformar, renovar. Mas quantas vezes diminuímos nossa própria grandeza, levados pela pressa e pela indiferença?
Vivemos tempos de relações superficiais. A tecnologia nos aproxima, mas será que nos conecta de verdade? Falamos muito, mas escutamos pouco. Julgamos muito, mas compreendemos quase nada. E assim, a violência cresce, o desmatamento avança, a desigualdade se aprofunda. Esquecemos que cada agressão à natureza e ao próximo reflete nosso afastamento do essencial: amor, compaixão, cuidado.
Mas ainda há tempo. O Papa nos convida a um novo olhar sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre nós mesmos. Precisamos resgatar a simplicidade, a gratidão, o compromisso com a vida. O planeta não nos pertence; somos apenas cuidadores temporários. Cada pessoa tem valor, cada ser humano merece respeito, cada gesto conta.
E tudo começa dentro de nós. Como exigir respeito se não respeitamos? Como esperar amor se não nos permitimos amar? A transformação real não vem de discursos, mas de atitudes.
Somos capazes de feitos extraordinários. Criamos arte, descobrimos curas, desvendamos mistérios do universo. Mas o maior milagre ainda é a capacidade de amar, perdoar, recomeçar. Não há força maior do que aquela que nos impulsiona a fazer o bem. Essa força está em cada um de nós.
Sejamos luz. Sejamos esperança. Sejamos aqueles que, mesmo diante de um mundo ferido, acreditam na cura. Cada ação nossa ecoa na criação. Cada escolha molda o futuro. Ainda há tempo de recomeçar, mas precisamos agir agora. Porque o mundo não é apenas onde vivemos. O mundo somos nós.
E que possamos, um dia, olhar para trás e dizer: fizemos valer a pena.
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