A Perenidade da Esperança

A PERENIDADE DA ESPERANÇA



Há séculos, um provérbio sábio ecoa: "A esperança não perece." Esse ensinamento transcendente não apenas inspirou o Rei Salomão ao longo de seu reinado, mas também encontrou eco nas densas matas do Rio Marcelino, em Áurea - RS, onde os imigrantes poloneses encontraram a mesma força vital. Essa conexão com a esperança divina permitiu-lhes enfrentar com resiliência as dificuldades que surgiram em suas jornadas, desde desafios alimentares até enfrentar doenças e adversidades desconhecidas em terras distantes. A esperança, tanto nos tempos antigos como no presente, continua a ser um fio condutor, unindo essas histórias notáveis de perseverança e crença em um futuro melhor.




Apesar das dificuldades, o imigrante nunca vacilava em seu amor pela terra, símbolo da identidade polonesa, onde quer que estivesse. No passado, a posse da terra era vista como meio de independência diante dos obstáculos e, em última análise, da liberdade. Esse sentimento foi reforçado pela trágica perda da independência política no século XVIII, quando os poloneses foram subjugados e tiveram seus valores nacionais e humanos exterminados por leis desumanas.




Em Áurea, a fé, a esperança e a proteção da Mãe e Mestra de Częstochowa garantiram a preservação desse espírito. Com o tempo, comunidades começaram a se organizar em pequenas associações para auxílio mútuo. Com inteligência, esforço e solidariedade, surgiram as primeiras escolas, capelas e capitéis nas encruzilhadas das estradas para encontros eventuais. Tudo era improvisado e simples, pois a falta de recursos materiais dificultava as ações. Às vezes, levar um quilo de pregos exigia um dia de viagem, a cavalo ou a pé, até a estação de trem mais próxima, situada a 80 km de distância.





Apesar das saudades da rica cultura e das universidades milenares deixadas para trás no além-mar, a esperança de um centro de cultura em memória do imigrante polonês permanecia viva nesse lugar. Embora muitos descendentes da primeira e segunda geração já tenham partido, a esperança não desapareceu. Atualmente, graças à intervenção providencial de uma equipe do governo polonês, esse sonho está se tornando possível e alcançável. Essa comissão reergueu a todos, trazendo consigo sabedoria, cultura e compreensão dos valores materiais e perenes, dando destaque ao angustiante grito dos antepassados que escreveram a história com seu próprio sangue. Os feitos heroicos não serão esquecidos!






Em uma manhã chuvosa e fria, entre a lama e as máquinas, no dia 28/07/2023 às 09:30, a concretização do sonhado Instituto São Zygmunt Felinski - Memorial Polonês foi percorrida, analisada e contemplada com alegria pelas comissões de Áurea/RS. Recebemos com honra as ilustres autoridades do Ministério das Relações Exteriores da República da Polônia, incluindo o Sr. Zbigniew Ciosek - Diretor do Departamento de Cooperação com a Comunidade Polonesa do Exterior (DWPPG), a Sra. Monika Krzyżyńska - Especialista do Departamento Financeiro e a Sra. Marta Olkowska - Cônsul Geral e o Sr. Paulo Cesar Kochanny do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba.



A interação com a Comissão foi uma experiência verdadeiramente inspiradora e emocionante, que encheu nossos corações de esperança e alegria diante de todo o empreendimento até agora realizado. Não podemos conter a gratidão transbordante que sentimos por testemunhar o apoio incansável e a cooperação extraordinária do Ministério das Relações Exteriores da República da Polônia e do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba/PR. Essa colaboração incrível nos motiva a prosseguir com entusiasmo e determinação em busca do nosso sonho de concretizar o Instituto São Zygmunt Felinski - Memorial Polonês. Estamos emocionados por compartilhar essa jornada de memórias, cultura e união com o mundo. Cada passo dado nos enche de esperança de que os frutos desse esforço coletivo serão verdadeiramente grandiosos e eternos!

Irmã Isa Carolina Poplawski

Na próxima edição, refletiremos sobre a mensagem deixada pelo diretor ilustríssimo Sr. Zbigniew Ciosek.


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