Origem da paixão do povo Aureense pela Celebração da festa da Czarnina

 ORIGEM DA PAIXÃO DO POVO AUREENSE PELA CELEBRAÇÃO DA FESTA DA CZARNINA

Na região norte do Alto Uruguai, durante o início da colonização, tivemos a presença do nobre polonês Cônego Stanislaw Kostka Olejnik, sobrevivente dos tempos atrozes e desumanos nos Campos de Concentração Nazistas. Homem de caráter nobre e positivo, quando questionado sobre esse período de sofrimento nos campos, ele sempre respondia com harmonia, paz e um grande sorriso: "Chapchunia! Meu filho, só me lembro da grande proteção de Nossa Senhora e das graças recebidas de Deus".

Sabemos que ele saiu do campo de concentração esquelético, aniquilado. Sua sobrevivência foi um verdadeiro milagre de Deus. Aqueles que o conheceram podem relatar muitas histórias sábias e santas.

O Cônego Stanislaw Kostka Olejnik, peregrinava pelas baixadas, colinas e montanhas entre os rios Ligeiro, do Peixe, Apuê, Uruguai e seus arredores, visitando e abençoando as famílias. O caminho era incerto, com mata fechada, mas o importante era seguir em frente, ajudar, consolar e reconstruir.

Montado a cavalo, percorria as trilhas, atravessava riachos e, a cada obstáculo, encontrava novas razões para continuar ajudando aqueles afetados por doenças contagiosas, pestes e mortes constantes. Muitas vezes, as pessoas morriam sem saber a causa.

Havia muita lamentação e pobreza. As plantações eram devastadas pelas nuvens de gafanhotos. As sementes eram perdidas devido a enchentes ou secas. As dificuldades na agricultura e pecuária eram enormes. Os imigrantes, confinados no meio do mato, tiveram que improvisar tudo com suor e lágrimas.

Quando a situação primitiva era quase insuportável e tudo faltava, surgiu o sábio missionário, um herói que venceu um Campo de Concentração Nazista. Como um bom pastor, ele sugeriu novos projetos de vida, trabalho e prestou muita assistência em saúde e alimentação. Entre as receitas de medicina alternativa, ele indicava o antibiótico natural - o caldo de galinha. No entanto, criar galinhas era muito difícil devido ao clima e às pestes. Então, o Cônego Padre Stanislaw Kostka Olejnik sugeriu investir na criação de patos, cujo caldo tinha o mesmo benefício. A campanha foi bem-sucedida e abrangente.


"Chapchunias! Chapchunias! Criem patos. Muitos patos. Façam caldo para melhorar a saúde. Usem também o sangue, que é força e vida. Comam muitos ovos e preparem pratos recheados com legumes. As Chapchunias terão mais saúde e força." Foi assim que surgiu a receita da Czarnina.

Czarnina:

Ingredientes: 1 pato, sangue, verduras, colheres de vinagre, 2 colheres de farinha de trigo, açúcar a gosto, sal, 150 gramas de ameixas pretas junto com maçãs secas.

Ao abater o pato, bata o sangue que escorre numa tigela junto com 6 colheres de vinagre. Bata bem o sangue e guarde na geladeira. Corte o pato e cozinhe junto com as verduras até ficar macio. Bata o sangue com açúcar e farinha, adicionando um pouco de caldo. Tempere com vinagre, sal e açúcar, e deixe ferver uma vez. Adicione as frutas cozidas separadamente. A Czarnina é servida com massa caseira cortada em retângulos.

Na Biblioteca São Felinski, temos à disposição diversas obras literárias que falam sobre a boa alimentação.




A figura abençoada e iluminada do Pe. Stanislaw Kostka Olejnik despertou na população uma nova possibilidade na culinária. Foi como uma faísca de diamante que proporcionou novos métodos de organização familiar, econômica e social.

As boas obras não morrem. Elas crescem, se desenvolvem e frutificam. Em Áurea, a cada ano, a população louva e agradece a Deus pelos bens que a natureza nos proporciona.


Irmã Isa - Carolina Poplawski

Aguarde a próxima edição - Como evoluiu a paixão pela Czarnina em Áurea.

 

         

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