É bom estar onde a Mãe está! - PARTE II

Fez várias visitas na região do Rio Marcelino – Áurea/RS para auxiliar os imigrantes Poloneses. 

Sob a proteção de Matka Boska Częstochowa os imigrantes poloneses vindos da região de Lublin que era sob o domínio russo aos poucos foram desenvolvendo o seu sonho de organizar a comunidade de Matka Boska Czestochowska de Rio Marcelino- RS.

Em 1912 tomaram a resolução de construir uma capela. 



Constituiram uma diretoria da qual faziam parte os seguintes membros: Józef Urban; Calos Cuny; Filip Grudka; Wladislaw Zdunek e Walenti Mataczynski. Na época havia 53 famílias. Todos se associaram e contribuíram com três mil reis cada um.


Em maio de 1912 o Pe. João Schmith visitou pela primeira vez as famílias e rezou a missa na casa da família do Senhor Francisco Stanowski, proprietário da colônia Nº 37, que posteriormente a vendeu à comunidade de Matka Boska Czestochowska.

Família Sr. Francisco

Nos fins de 1913 veio novamente o Pe. João Schmith acompanhado pelo Bispo de Santa Maria – Dom Miguel de Lima Valverde.


Bispo - DOM MIGUEL DE LIMA VALVERDE 

A visita de Dom Miguel Valverde deu especial ênfase ao trabalho apostólico da doutrina religiosa, apoiando particularmente a criação de núcleos de jovens e adultos para encontros de catequese e oração, estimulando a organização comunitária cristã para a futura criação da paróquia no Rio Marcelino – Áurea/RS.

O bispo observou também que o local tinha o número suficiente para ser uma paróquia porém, aconselhou que planejassem uma igreja maior. Os imigrantes não se intimidaram perante a solicitação: confiantes do auxílio da Matka Boska Częstochowa iniciaram outra construção no dia 25 de setembro de 1914. 

Casamento de Antonio e Josefa Poplawski 

Aos dez dias do mês de abril de mil novecentos e quinze -10 04 1915-. Dom Miguel de Lima Valverde criou, por decreto, o curato de Nossa Senhora do Monte Claro do Rio Marcelino, na sede do mesmo nome, no território do curato de Erexim – hoje Getúlio Vargas -. Foi erigida Matriz a capela existente no lugar e que tem por titular Nossa Senhora do Monte Claro.

Igreja matriz concluída em 1927 

O Senhor Bispo deposita, sobretudo um voto de confiança: “Acredito que os habitantes do novo Curato continuem sendo generosos em contribuir para as despesas e para dotar a Matriz do que é necessário”. “Que os paroquianos cuidem da devoção para com a padroeira e todos os anos no seu dia realizem solenidades especiais com verdadeiro espírito de devoção cristã”. “Que os paroquianos reconheçam os seus legítimos pastores e, como tal os estimem e obedeçam.

No dia 10 de abril de 1915 o bispo de Santa Maria, Dom Miguel de Lima Valverde nomeou o Padre Jacynto Miesopust da Congregação São Vicente de Paula. Dom Miguel pede a Deus que abençoe o novo Curato e o seu primeiro pároco de modo que esta cristandade que se constitui sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Claro, realize em tudo as novas esperanças como é próprio do caráter religioso do povo polonês.

Após as solenidades a comunidade reuniu-se para planejar as festividades e as comemorações conforme as mais preciosas recordações religiosas trazidas da Pátria – Mãe. 





Uma das festas mais antigas é conhecida como festa de Nossa Senhora da Candelária – Matki Bozej Gromnicznei ou da Luz. 


Celebra-se no dia 02 de fevereiro. O tempo de natal termina com o Batismo de Jesus. Porém, na tradição polonesa o presépio permanece até o dia da apresentação de Jesus, quando as imagens são retiradas solenemente durante o evangelho que relata a passagem da apresentação de Jesus, quando o velho Simeão viu o menino, ele profetizou, chamando Jesus de “LUZ PARA REVELAÇÃO AOS GENTIOS E GLÓRIA DE ISRAEL. Após procede-se com a bênção das velas e procissão com Nossa Senhora da Luz.


A vela acesa nos conduz ao bom caminho. Velas abençoadas, são para nós o sinal do brilho de Deus. Acender as velas em tempos difíceis durante uma tempestade, catástrofes de granizo, problemas pessoais são evitados pela graça e força de Deus.

Os imigrantes nos deixaram este legado como um reflexo da luz perfeita e eterna que é o Cristo. Não é apenas um símbolo mas além do símbolo existe a fé no verdadeiro Deus. 




A Gromnica deve ser usada somente para fins religiosos e colocada em um local digno e de destaque na casa, de preferência ao lado da Palavra de Deus. Devemos enfeitá-la com ervas medicinais e flores-símbolo de vida e gratidão.

A tradição histórica tem inúmeros fatos em que a Mão de Deus com a luz da vela protegeu os humanos, as suas residências e a natureza.

Salve a nossa Mãe Cheia de Luz e de Graça.

Aguarde a continuidade do tema: É BOM ESTAR ONDE A MÃE ESTÁ!

I.I.C.P.

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