O encontro do branco com o negro em uma terra sem nome!
PRIMEIRO NATAL EM ÁUREA - RS – CAPITAL POLONESA DOS BRASILEIROS
NATAL VERDADEIRO!
Enquanto, na Europa o povo polonês vivia UM LONGO ADVENTO que inicio com a dependência, sem existir no mapa da Europa, sem bandeira, sem direitos humanos. Perseguido por nações vizinhas, onde nada podia ver ou saber. Eram controlados pela severa censura. O que lhes restava era o direito de sofrer, calar, vegetar e morrer na mais cruel perseguição. Eram proibidos de falar, cantara e rezar em polonês.
Única saída era fugir ou imigrar em busca de paz e terra, para escapar da opressão e viver em liberdade.
E o LONGO ADVENTO continuou!
Os poloneses tinham pressa de se livrar da opressão e de
organizar sua vida em outros países, vendiam seus bens por qualquer preço.
Informados que os passaportes eram fornecidos pelos russos e austríacos, passavam as fronteiras e vinham por conta própria para conseguir seu pedaço de terra, pão para comer e liberdade para viver.
Partir era a alternativa.
Muitas lágrimas misturavam-se com a terra dos que partiam e
dos que ficavam.
Eles sabiam o que deixavam e
não podiam adivinhar o que estrava reservado para o futuro.
Foram mais de 30 dias de sofrimento em alto mar. A única
proteção que tinham era a Nossa Senhora de Czestochowa. Improvisavam altares
com caixotes para rezarem à Nossa Senhora. Ela era a estrela, a guia de todos
os poloneses.
Os poloneses eram colocados
nos porões dos navios. Desesperados, neste local “imundo” onde respiravam ar
fétido e poluído, era insuportável!
Enfrentado nos dias de tempestades, com ventos arrastando o
navio ao longo do oceano. Única esperança era rezar e cantar à Nossa Senhora de
Czestochowa.
Passando a tempestade veio uma
epidemia onde muitas pessoas morreram.
A maior angustia e tristeza era saber que alguém da família
morresse e que seria jogado ao mar, isso lhes partia o coração. Só era lhes
permitido sair no alto do navio para respirar ar pura, para rezar e cantar.
Dias depois viagem com
tropeiros para a região do destino. As últimas levas vinham de trem até Santa
Maria, Erechim e Getúlio Vargas. E dali vinham de cavalo ou a pé até chegar no
local do destino.
A imigração de 1911 chegou na atual terra de Áurea no dia 24
de dezembro onde foi recebida pelo negro o senhor Marcelino.
O LONGO ADVENTO terminou com a
alegria da calorosa e sincera acolhida.
A confiança, a esperança, o ânimo, a vitória fez com que em
uma grande ação de graças fizessem uma humilde cabana com o auxílio do bondoso
negro Marcelino que era experiente na lida com a madeira.
A cabana tornou-se um espaço
sagrado. Não dispunham de nenhum recurso para ornamentação, mas mesmo assim
acreditavam profundamente que a hora de Deus soou e que nesta cabana residia a
Sagrada Família. Reanimaram o amor que existia em seus corações pelos grandes
santuários e igrejas que deixaram na saudosa pátria mãe Polônia.
E nesta TERRA NOVA aconteceu o primeiro presépio.
Ao mesmo tempo que se
constituiu uma homenagem ao Marcelino - negro nativo, batizando a NOVA TERRA de
RIO MARCELINO, se auxilia na conscientização da população sobre a verdadeira
importância que a cultura das raízes exerceu na formação histórica e cultural
dos povos e seus reflexos até os dias atuais.
I.I.C.P.
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