Retratos do Passado - Memórias no Presente


Dia 12 de outubro de 2020





Viva Mãe de Deus e nossa
Sem pecado concebida
Viva Virgem imaculada
Ó Senhora Aparecida.

Aparecida a Mãe carinhosa que sempre protege seus filhos mais necessitados. A família de Miguel e Marianna Samojeden (Sofia, Josefa, João, Ladislau, babcia Maria, Natalia, Maximiliano Zerek, dziadek Mifguel, tio Miguel, Estanislava Gródka Samojeden, Josefa Samojeden (Irmã Joaquina), Carlos Samojeden – Casa dos Avós Samojeden – Rio Ligeiro – Gaurama/RS.
História de uma proteção especial em tempos dos positivistas e federalistas.
1922 – 1923 ano fatídico!
Reinava total insegurança. A incerteza e a angústia era geral entre os colonos na região de Treze de Maio (Áurea/RS). Tanto os Chimangos como os Maragatos apareciam nas pequenas propriedades dos inseguros imigrantes e se apossavam de tudo o que encontravam; a melhor comida, o melhor cavalo, o melhor boi ou vaca para farrear e churrasquear. Não lhes importava a situação de que as crianças das famílias não teriam mais leite e comida. A fome dos outros não era o problema.
Chegavam armados e iam pegando tudo de “forma natural”. Obrigavam as mulheres fazer comida e servir as refeições. Os imigrantes foram as principais vítimas desses saques.
Na época corria a notícia que no Rio Grande do Sul eram programados vários combates. Eles necessitavam homens para seguir à frente do combate na região de Passo Fundo, Carazinho e Erechim.
O medo, os saques e abusos forjavam o íntimo, a coragem necessária para enfrentar as escarmuças e adversidades da vida mas, sem perder a fé e a esperança na proteção divina.
Eis que acontece um milagre pela interseção de Nossa Senhora Aparecida. A Mãe querida salva e protege toda a região principalmente as famílias do Rio Ligeiro e Caçador.


O fato aconteceu quando a pequena Josefa, filha de Carlos e Estanislava Samojeden, VIU E OUVIU em sonho a Nossa Senhora Aparecida. Porém, ela nem imaginava que poderia ser Nossa Senhora, apenas guardou bem o que Ela lhe disse: “DIZ AO TEU PAI REUNIR OS VIZINHOS, PEGAR OS CAVALOS E AS VACAS LEITEIRAS E FUGIR BEM LONGE, LONGE DAQUI”.
O senhor Carlos, homem de profunda fé em Deus logo sentiu que era um auxílio que vinha do céu. Prontamente acolheu a notícia e sem nenhum questionamento assumiu a tarefa de salvar a sua numerosa família e a dos vizinhos que precisavam o mesmo socorro para livrar-se da grande tragédia. Disse apenas para a sua esposa: Reúna todas as mulheres e crianças e rezem sem cessar o terço. E partiu com muita fé.
Quando os condutores do mal chegaram às famílias, com fúria e ódio procuravam os homens e não os encontravam, com vingança destruíam tudo o que tinha pela frente. As mulheres e as crianças se refugiavam nos morros e nas canhadas próximo ao Rio Ligeiro e Caçador.
Tempos depois, quando tudo normalizou a pequena Josefa sentiu o chamado de Deus para a Vida Religiosa. Ingressou na Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria, no Colégio Sagrada Família em Áurea -RS. Após, continuou os seus estudos em preparação à Vida Religiosa em Curitiba, Paraná. Durante o tempo de estudo Josefa descobre e conhece a verdadeira história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Fazendo a retrospectiva dos fatos ocorridos na infância percebe que a mensagem sonhada não era apenas um sonho e sim uma proteção divina onde a Mãe de Deus foi um instrumento. Ela é quem disse: “Fujam bem longe”!
A jovem compreendeu quem era a senhora com a voz suave e ao mesmo tempo firme. Compreendeu quem era a senhora com piedade enternecida, de cor negra e com veste azul. Josefa não duvida do amor maternal de Maria, em relação a dolorosa situação.
A partir desta contemplação, Josefa, que na Congregação recebe o nome de Joaquina, une-se as devoções marianas e impelida por uma profunda fé, esperança e caridade consagra a sua Vida Religiosa desenvolvendo as devoções a Maria que é fonte de vida cristã profunda e compromisso com Deus e com a humanidade.
Permaneceu toda a sua vida - de 99 anos – escutando a voz e seguindo os passos de Jesus a exemplo de Maria: “Fazei tudo o Ele vos disser”. Jo. 2, 5
Nas diversas comunidades onde trabalhou coordenou e assessorou associações:
-Filhas de Maria e Marianos;

-Rosário Vivo;
-Cruzada Eucarística;

-Apostolado da Oração;
-Curcilho da Cristandade;
-Cavalheiros de Nossa Senhora Imaculada;
-Movimento Familiar Cristão,
-Pastoral da Saúde, do Idoso, da Criança, Catequese e Liturgia;


Nos seus 81 anos de especial consagração a Deus é possível enfatizar: dedicação, sabedoria, abertura à realidade do mundo e da igreja, atualização permanente e gosto pela educação, pela cultura, pela restauração e pintura de imagens sacras, pelo carinho e arte na ornamentação de igrejas.
Em toda parte onde atuou foi impulsora na espiritualidade, na educação e cultura.



No dia 21 de novembro de dois mil e dezenove, partiu para a Casa do Pai e da Mãe Maria, deixando o seu exemplo que nos orienta nas trilhas da vida que realmente é essencial que façamos de nossos dias um dom para a santificação própria e de todos os que nos cercam e do mundo inteiro.
Viva Mãe de Deus e nossa ó Senhora Aparecida!

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